GROSJEAN E A IMPORTÂNCIA DE UM PSICÓLOGO DO DESPORTO

Romain Grosjean é um dos pilotos com pior fama na F1. Muito por culpa própria. Mas também pela forma como os fãs nas redes sociais exageram na caricatura que fazem de alguns pilotos. Grosjean é visto como um piloto que erra muito, graças as primeiras épocas na Lotus onde acumulou erros graves, sendo que num deles, em Spa, levou uma penalização, ficando de fora por uma corrida.

O piloto explicou o que se passou no célebre acidente:

“Eu queria muito uma vitória. Eu acreditava que era possível, toda a equipa também acreditava. Eu estava a forçar demasiado, muito cedo, e cometi alguns erros nalgumas voltas naquele ano. Em Spa, eu precisava de um bom começo. Isso levou ao incidente da primeira volta, e eu paguei o preço. Foi um final de semana difícil. Eu estive mal, mentalmente, por alguns dias. Não conseguia pensar de forma correcta- eu não conseguia pensar em entrar no carro novamente.”

A força mental é um trunfo tremendo na alta competição.

“Acima de tudo, estou feliz por ninguém se ter magoado. Aprendi uma lição – uma grande lição – naquele dia: uma corrida de F1 não é uma corrida de velocidade, é uma maratona. Fui apresentado a uma psicóloga desportiva em Paris alguns meses antes da corrida em Spa, e comecei a encontrar-me com ela regularmente após o Grande Prémio – e não parei desde então. As nossas sessões mudaram minha carreira e a minha vida. Como pilotos, estamos isolados e cometemos erros que têm impacto numa equipa composta por centenas de pessoas em todo o mundo.

Certamente uma das coisas mais importantes que tento tirar das nossas reuniões é a ideia do cenário geral. Que há muito mais numa corrida do que na 1ª volta. Que há muito mais numa temporada do que uma corrida. E há muito mais do que minha carreira na Fórmula 1. Eu sou pai, marido, aspirante a chef, todas essas coisas são importantes, e não é que eu não soubesse disso, mas tive de colocar algumas prioridades na minha vida melhorar mentalmente antes de conseguir voltar a ser mais rápido em pista.”

Contudo Grosjean é um exemplo para outros atletas de alta competição. Saber reconhecer as fraquezas em procurar ajudar merece ser louvado, quando lembramos de muitos casos que pilotos com grande talento e que não chegaram ao nível que poderiam por causa da parte mental. Aliás Daniil Kvyat é um desses exemplos, e aquela mensagem rádio de desespero quando foi obrigado a desistir no Mónaco ficará sempre como um dos momentos mais baixos da carreira do russo, que até à F1 era conhecido pelo seu sangue frio em pista.

 

Fonte: Auto Sport.

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